Por Gabriel Stein
Dia bom deve ser aproveitado ao máximo. Por
isso, acordar cedo é fundamental. Já deixo combinado com a namorada que
passarei em sua casa por volta das 7 da manhã para não nos atrasarmos nos
nossos compromissos. Como típico
brasileiro chego um pouquinho depois do horário marcado, e ela, como uma
exemplo de mulher, obviamente ainda não está pronta. Aguardo no carro, um pouco impaciente mas
muito mais calmo. Cantarolo uma música ou outra para passar o tempo quando de
repente lá vem ela. De toda a elegância e beleza de seus cabelos molhados.
Daqueles de quem um banho tomou, muito rápido, e tudo saiu pegando pelo caminho. Escova, prato, fruta e pão. O café (da manhã) no carro, é quase sempre a melhor opção. E o cumprimento se dá da forma mais sincera e bonita. Rápido, rapidinho, mais ainda do que se dizer bom dia. Aceleramos o motor, caímos na estrada, às vezes até com dor, escalamos as escadas. E corremos, atrás do vento, do amor, do tempo perdido. Pelos corredores de nossa história trilhamos o nosso caminho que leva até a porta. Porta da sala, de aula, nossa sala. Se eu não me engano, a de número 208. Entrando os dois, não muito afoitos, relaxamos ao saber que ainda não começou a chamada. Aos postos então, damos início a jornada. Cinco aulas, cinco horas, longas e muito vistosas. Não pelo conteúdo, teológico-gramático-bíblico. Valha-me Deus, são todos lindos. Não pela retórica em grego-latim-hebraico. Valha-me de novo, são todos fantásticos. Mas nada se compara a minha visão lateral. Pois do meu lado se assenta a referência mais bela e singular. Minha namorada teologanda, a quem escolhi amar. Privilégio esse, sentido por poucos, Afinal, não é sempre que se juntam, assim, dois loucos. Pois visitas, leituras, sermões, tudo fazemos juntos. Essa é a beleza de estudarmos/vivermos em conjunto. De cantadas bíblicas até combinações proféticas. De simples risadas até as broncas do Festa. De joelhos no chão para oração, até o batismo/apresentação de criança/dedicação/funeral nas aulas de adoração. Dias bons, devem ser aproveitados, sempre, com a melhor pessoa do seu lado!
Daqueles de quem um banho tomou, muito rápido, e tudo saiu pegando pelo caminho. Escova, prato, fruta e pão. O café (da manhã) no carro, é quase sempre a melhor opção. E o cumprimento se dá da forma mais sincera e bonita. Rápido, rapidinho, mais ainda do que se dizer bom dia. Aceleramos o motor, caímos na estrada, às vezes até com dor, escalamos as escadas. E corremos, atrás do vento, do amor, do tempo perdido. Pelos corredores de nossa história trilhamos o nosso caminho que leva até a porta. Porta da sala, de aula, nossa sala. Se eu não me engano, a de número 208. Entrando os dois, não muito afoitos, relaxamos ao saber que ainda não começou a chamada. Aos postos então, damos início a jornada. Cinco aulas, cinco horas, longas e muito vistosas. Não pelo conteúdo, teológico-gramático-bíblico. Valha-me Deus, são todos lindos. Não pela retórica em grego-latim-hebraico. Valha-me de novo, são todos fantásticos. Mas nada se compara a minha visão lateral. Pois do meu lado se assenta a referência mais bela e singular. Minha namorada teologanda, a quem escolhi amar. Privilégio esse, sentido por poucos, Afinal, não é sempre que se juntam, assim, dois loucos. Pois visitas, leituras, sermões, tudo fazemos juntos. Essa é a beleza de estudarmos/vivermos em conjunto. De cantadas bíblicas até combinações proféticas. De simples risadas até as broncas do Festa. De joelhos no chão para oração, até o batismo/apresentação de criança/dedicação/funeral nas aulas de adoração. Dias bons, devem ser aproveitados, sempre, com a melhor pessoa do seu lado!
Explicações
Um dos pavores pelos quais o estudante de
teologia tem que passar no Unasp-EC é
enfrentar diariamente uma sala de aula com aproximadamente outros 59 estudantes
de teologia do sexo masculino. A privação de companhia feminina não é
considerada tão profunda até o momento em que se percebe que dia após dia,
somos obrigados a olhar para os mesmos rostos e feições, aos olhos nada
agradáveis. Quando dia após dia nos
colocamos em um ambiente cuja concentração de ar mais se assemelha a uma
passarela de zoológico do que qualquer outra coisa. Quando se procura ao redor
um refúgio de descanso mental, em momentos de intensa falta de concentração nas
aulas, e nada se vê a não ser barbas, barrigas, carecas, e outras
características peculiares do padrão estético masculino. Como elas fazem falta…
Mas diz a regra, que cada turma é abençoada com
uma jóia rara. Mostram as estatísticas nunca computadas que a média é quase sempre
de uma estudante de teologia por turma.
Sim, eu disse UMA (artigo indefinido singular feminino). Elas não são loucas e na maioria dos casos
não querem ser professoras de religião ou desempregadas. Assim como o restante
de homens, elas apenas decidiram seguir o chamado de Deus e realizar os sonhos, por mais improváveis
que pareçam. Deixando de lado,
porém, a suposição do que elas querem,
posso dizer pelo menos uma das coisas que elas
acabam se tornando. Nossa salvação.
É um alívio ter pelo menos um símbolo da beleza
da criação divina, a nível de matéria humana,
presente no mundo teológico. Namorá-las é quase sempre uma guerra. Mas
uma guerra na qual elas possuem controle total.
Ocasionalmente se forma alguns casais teológicos. Acredito que um casal
teológico causa um pouco mais de agitação do que outros “pares
profissionais” por ser uma combinação de
afinidades muito mais improvável de acontecer. Essa improbabilidade que faz o relacionamento ser
interessante. Afinal, não é todo dia que
se encontra uma mulher que gosta de falar sobre eclesiologia e justificação
pela fé. E não é todo homem que enxerga essa habilidade na mulher como uma virtude, também.
Mas é claro que não é somente isso. Teologandos
são pessoas normais e também tem conversas e atividades normais como todas as
pessoas. Também falam besteiras, também
dão risadas e contam piadas que não sejam sobre a Bíblia e sobre o Espírito de
Profecia, também comem sobremesa, e também usam roupas não-sociais. Ou seja,
tanto na parte mais séria, quanto na mais descontraída, o “namoro-teológico” é
quase sempre uma grande diversão.
Além disso, penso que a maior alegria é ter a
certeza de um ministério unificado. Não
se é necessário ter teologia para ser usado(a) por Deus. De qualquer forma, na
cultura da incerteza da vocação para o ministério que paira entre companheiros
e companheiras de estudantes de teologia, quando os dois pertencem ao mesmo
curso, a segurança se torna muito mais garantida. Estudar e se preparar juntos
para uma vida de serviço a Deus talvez seja o maior benefício e critério
positivo desse namoro. Por isso, caso
você, teologando, esteja interessado em alguma colega, ou vice versa, não perca
tempo. Se não tiver muitas aspirações
econômicas (dura realidade), invista no relacionamento. É uma experiência única
e de imenso valor.